Setembro de Conscientização da Doença de Alzheimer

Cs0wcilWIAER-hu21 de setembro é considerado o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, por isso ao longo de todo o mês diversos órgãos e instituições do Brasil realizam a campanha Setembro Lilás, caraterizada por integrar ações que visam promover os cuidados com a saúde dos idosos e informar sobre a Doença de Alzheimer.

Segundo dados do último relatório da Organização Mundial da Saúde, realizado em conjunto com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), estima-se que 35,6 milhões de pessoas no mundo tenham a doença (60% da população idosa), e em 2030 esse número pode chegar a 65,7 milhões. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.

É importante quebrar preconceitos e falar sobre o problema sem estigmas, pois de acordo com a ONU, 75% dos doentes desconhecem que sofrem do mal e a família, às vezes, é a última a perceber que aquele simples esquecimento é, na verdade, um sintoma.

A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária.
O nome desta doença deve-se a Alois Alzheimer, médico alemão que em 1907, descreveu pela primeira vez a doença. À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer e isto traduz-se numa incapacidade de recordar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais vão-se perdendo certas funções ou capacidades. Quando a pessoa perde uma capacidade, raramente consegue voltar a recuperá-la ou reaprendê-la.

O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, ainda sem cura. No entanto, existem algumas medicações que parecem permitir alguma estabilização do funcionamento cognitivo nas pessoas com Doença de Alzheimer, nas fases ligeira e moderada. Os medicamentos também podem ser prescritos para sintomas secundários, como inquietude e depressão, ou para ajudar a pessoa com Doença de Alzheimer a dormir melhor.

Porém, as chances de controlá-la são maiores se detectada precocemente. Com a evolução do quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa, afetando a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo para rotinas básicas, como a higiene pessoal e a alimentação. Por isso, o apoio da família torna-se essencial e diagnosticar precocemente a doença é uma das formas mais eficazes de garantir melhor qualidade de vida à pessoa e à família. 

Em 2016, pacientes passaram a obter pelo SUS um medicamento contra Alzheimer em forma de adesivo para a pele, a rivastigmina adesivo transdérmico. A rivastigmina já estava disponível no sistema público em cápsula e solução oral. Outros medicamentos oferecidos pelo SUS para tratamento de Alzheimer são a donepezila e a galantamina. Lançado no Brasil em 2008, o adesivo de rivastigmina libera gradativamente o princípio ativo ao longo do dia. Por levar o medicamento direto à corrente sanguínea, sem passar pelo sistema digestivo, o adesivo diminui efeitos colaterais como náuseas, vômitos e perda de apetite. O adesivo deve ser aplicado sobre a pele uma vez ao dia.

Tipos de Doença de Alzheimer

Existem dois tipos diferentes de Doença de Alzheimer:

– A Doença de Alzheimer esporádica pode afetar adultos de qualquer idade, mas ocorre habitualmente após os 65 anos. Esta é a forma mais comum de Doença de Alzheimer e afeta pessoas que podem ter ou não, antecedentes familiares da doença. Parece não existir hereditariedade da Doença de Alzheimer esporádica, de início tardio. Contudo, é possível que algumas pessoas possam herdar uma maior ou menor probabilidade para desenvolverem a doença numa idade avançada. O ApoE14 é o único gene associado a um ligeiro aumento do risco de desenvolver Doença de Alzheimer, de início tardio. Mesmo assim, metade das pessoas portadoras deste gene, e que vivem até aos 85 anos, não desenvolve Demência nesta idade. Os investigadores estão a tentar encontrar outros fatores de risco, genéticos e ambientais, que possam tornar o desenvolvimento da Doença de Alzheimer mais ou menos provável. No entanto até à presente data o único fator de risco evidente para o desenvolvimento desta doença parece ser a existência prévia de um traumatismo craniano severo.

– A Doença de Alzheimer Familiar é uma forma menos comum, na qual a doença é transmitida de uma geração para outra. Se um dos progenitores tem um gene mutado, cada filho terá 50% de probabilidade de herdá-lo. A presença do gene significa a possibilidade da pessoa desenvolver a Doença de Alzheimer, normalmente entre os 40 e 60 anos. Este tipo de Doença de Alzheimer afeta um número muito reduzido de pessoas.

Sintomas comuns da doença
– Perda de memória, confusão e desorientação;
– Ansiedade, agitação, alucinação, desconfiança;
– Alteração da personalidade e do senso crítico;
– Dificuldades com as atividades do dia a dia, como alimentar-se e banhar-se;
– Dificuldade em reconhecer familiares e amigos;
– Dificuldade em tomar decisões;
– Perder-se em ambientes conhecidos;
– Falta de apetite, perda de peso, incontinência urinária e fecal;
– Dificuldades com a fala e a comunicação;
– Movimentos e fala repetitiva;
– Distúrbios do sono;
– Problemas com ações rotineiras;
– Dependência progressiva.

Diagnóstico e tratamento

Somente o médico pode diagnosticar a Doença de Alzheimer e indicar tratamentos. Embora a doença não tenha cura, com o tratamento é possível desacelerar a evolução e preservar por mais tempo as funções intelectuais. Os melhores resultados costumam estar associados ao tratamento iniciado nas fases mais precoces da doença. 

Formas de prevenção

– Praticar, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física de três a cinco vezes por semana, com orientação de um profissional habilitado. 

– Prezar por uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, alimentos ricos em ômega 3, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal.

– Praticar regularmente atividades intelectuais – leituras e jogos lógicos como palavras cruzadas, sudoku e cubo mágico. 

– Evitar a ingestão excessiva de álcool e não fumar.

– Prevenir e controlar fatores de risco como diabetes, hipertensão e dislipidemias.

– Preservar as relações com familiares e amigos, organizando encontros e conversas frequentemente.

 

HMSM/IRDESI.

 

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