As mulheres vivenciam a gravidez e a maternidade de várias formas, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. Apesar das imagens demonstrarem mães contentes e alegres com a gestação, para muitas não é um período muito agradável, seja pelos enjoos, mudanças de humor, cargas hormonais, etc. Independentemente da forma, o parto pode ser doloroso e exigir tempo para a recuperação, além de que nos primeiros dias após o nascimento do bebê, muitas mães experimentam momentos de medo, insegurança, culpa e cansaço.
Tudo isso é normal, visto que essa fase traz muitas mudanças físicas, emocionais, adaptações e as expectativas que variam de mulher para mulher, e até mesmo de uma gravidez para outra. Contudo, diante do contexto da Pandemia de Covid-19 (jamais vivenciado), as gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filho nos últimos 45 dias) passaram a enfrentar um problema adicional: o temor de contrair e/ou infectar durante a gestação e lactação para seu bebê uma doença potencialmente grave, sobre a qual ainda pouco se sabe.
Para conseguir manter a tranquilidade e a segurança, vejamos o que a ciência já sabe sobre gravidez, puerpério, amamentação e os riscos para a mãe e o bebê durante a Pandemia da Covid-19.
As gestantes correm mais risco de contrair a Covid-19?
Até o presente momento não possui relatos, de que as gestantes e lactantes estejam mais suscetíveis, porém durante a gestação existem determinadas alterações naturais do organismo que podem favorecer a diminuição da imunidade, e por esta razão as gestantes devem ter mais cuidado e não se colocarem em situações que eventualmente possam trazer riscos.
Os recém-nascidos são mais suscetíveis a se infectar com Covid-19?
Não há relatos de serem mais suscetíveis. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), chama a atenção para poucos casos sintomáticos entre lactantes, crianças e adolescentes.
Grávidas precisam tomar algum cuidado especial com relação à doença?
As gestantes necessitam ter as mesmas cautelas para evitar a infecção pela Covid-19 que as outras pessoas, entre as quais:
- Lavar as mãos com álcool em gel ou água e sabão;
- Manter um espaço de distanciamento seguro em relação às demais pessoas;
- Evitar tocar os olhos nariz e boca;
- Praticar a etiqueta respiratória, cobrindo a boca e o nariz com o cotovelo dobrado ou lenço quando for tossir ou espirrar e em seguida descartar o lenço utilizado;
- Em casos de febre, tosse ou dificuldade para respirar, procurar logo a assistência médica. Nesses casos, é importante contatar a unidade de saúde antes de se dirigir ao local, bem como seguir as instruções da autoridade sanitária local;
- As gestantes e as puérperas, incluindo aquelas afetas pelo Covid-19 devem seguir com suas rotinas de acompanhamento médico.
Caso a grávida contraia a doença, os sintomas serão os mesmos ou tem algum sintoma diferente?
Os mesmos sintomas são observados nas grávidas. Segundo o Ministério da Saúde (MS), o espectro clínico da infecção pelo vírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até mesmo uma pneumonia severa. No entanto, neste novo corona vírus não está estabelecido completamente o espectro, necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença. Segundo os dados mais atuais, os sinais e sintomas clínicos referidos são principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar.
A Covid-19 pode ser transmitida da mulher para seu bebê ainda por nascer ou recém-nascido?
Ainda não se tem confirmação de que a gestante com Covid-19 possa transmitir o vírus para o feto ou bebê durante a gravidez ou o parto. O vírus ainda não foi encontrado em amostras do líquido amniótico ou leite materno.
As gestantes com suspeita ou confirmação de infecção pela Covid-19 devem necessariamente serem submetidas ao parto cesariano?
Não, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o parto cesariano deva ser utilizado apenas em casos clinicamente justificados. O modo do parto deve ser individualizado e a baseado nas preferências das mulheres juntamente com as indicações obstétricas.
As mulheres infectadas pela Covid-19 podem amamentar?
Sim. As mulheres com COVID-19 podem amamentar, sempre adotando as medidas preventivas:
- Praticar a etiqueta respiratória durante a amamentação, usando máscara quando disponível;
- Lavar as mãos antes e o tocar o bebê;
- Rotineiramente limpar e desinfetar superfícies que tenham sido tocadas.
Tenho Covid-19 e me sinto muito debilitada para amamentar meu bebê diretamente, o que posso fazer?
Ao sentir-se muito debilitada para amamentar o bebê devido a Covid-19, ou outras complicações, a mulher deve obter apoio para fornecer leite materno ao bebê de modo que seja possível, disponível e aceitável em cada caso. Isso inclui:
- Extração de Leite;
- Relactação;
- Doação de leite humano.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), traduzido pela SE/UNA-SUS: Ministério da Saúde-Fiocruz: Dr. Dráuzio Varella.